Recentemente participei do I Encontro de Pesquisadores em Acessibilidade na Unicamp, um evento que marcou um momento significativo na minha jornada acadêmica. Este encontro reuniu especialistas de diversas áreas para dialogar sobre a inserção educacional e profissional das pessoas com deficiência, suas vivências pessoais e as dificuldades enfrentadas no contexto acadêmico.
O objetivo do evento era claro: promover a inclusão, o respeito e a valorização das pessoas com deficiência no Ensino Superior. Como alguém que está começando a se aprofundar na questão da acessibilidade no ensino, assistir a todas as comunicações do encontro foi extremamente enriquecedor. Foi uma chance de absorver conhecimentos que são essenciais para a área.
Junto com o João apresentei sobre o nosso projeto LogLibras. Compartilhamos um pouco da história do projeto, iniciado com o IFSP-FILOLIBRAS, que ensina Filosofia para surdos no Ensino Médio. O LogLibras, que coordeno no CLE-Unicamp e é financiado pelo CNPq, é uma extensão natural desse projeto. Nossa apresentação enfatizou a importância da Lógica para os estudantes do ensino médio, destacando seu caráter interdisciplinar e seu papel fundamental no desenvolvimento do pensamento crítico, além de apresentar alguns dos materiais didáticos já desenvolvidos, como as portas lógicas implementadas.
A participação no encontro foi muito mais do que uma oportunidade de apresentar o projeto LogLibras – foi um momento de crescimento pessoal, aprendizado e inspiração profunda. Em meio a um contexto onde apenas 0,2% dos estudantes da Unicamp se identificam como Pessoa com Deficiência, iniciativas como essa são vitais para desmantelar o capacitismo institucional e fomentar uma verdadeira inclusão.
O encontro abordou tópicos essenciais, como saúde, bem-estar, educação de qualidade e a necessidade de reduzir desigualdades, todos em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Para nós, o ponto alto do evento foi a resposta extremamente positiva ao projeto LogLibras. Uma reação particularmente tocante veio de uma pesquisadora surda, que não apenas elogiou nosso material didático, mas também compartilhou o quanto recursos como os nossos teriam enriquecido sua experiência educacional no ensino médio. Esse tipo de feedback não só valida o nosso trabalho, mas também serve como um lembrete do impacto significativo que podemos ter na vida das pessoas. Ficamos verdadeiramente emocionados e ainda mais motivados. Essa interação e reconhecimento são as forças que nos impulsionam a avançar, reafirmando a relevância e a urgência do nosso trabalho no campo da acessibilidade educacional.